Olá, me chamo Ricardo Fujii e sou sócio-diretor da Casa Bonsai Recanto do Idoso.

Vou compartilhar com você um pouco da minha experiência em cuidar da minha sogra em casa e o motivo de idealizar a Casa Bonsai. 

Em meados de 2008, após muito sofrimento dos intermináveis tratamentos de quimioterapia e radioterapia, minha sogra foi encaminhada para o setor de cuidados paliativos do hospital AC Camargo (Hospital do câncer em São Paulo), devido a uma metástase proveniente de um câncer de mama imbatível.

Nesta hora, eu e minha esposa percebemos que era o começo de um final de vida batalhadora, honesta e amorosa. Decidimos que os “cuidados paliativos” fossem dignos e que ela teria os cuidados mais incríveis e necessários para que não sentisse qualquer tipo de dor ou desconforto. Mesmo sabendo que nessa fase terminal as funções dela iriam se perder a cada dia e que a dependência iria aumentar.

Felizmente, no Japão, adquirimos muito conhecimento em cuidados geriátricos e que desta vez iriam ser colocados em prática na pessoa mais importante para nós. A mãe da minha esposa!

Contratamos quatro cuidadoras para se revezarem 24 horas em casa. Aumentamos a carga horária da doméstica para cozinhar todos os dias a dieta da minha sogra, conforme as orientações da nutricionista, e caprichar na higienização diária de casa.

Minha sogra recebia estímulos cognitivos e motores semanalmente com a Terapeuta Ocupacional e a Fisioterapeuta. E nós três (minha sogra, esposa e eu) recebíamos um apoio emocional individual com a psicóloga. Estávamos com um “sistema” perfeito em casa, apesar das várias idas e voltas ao Hospital pelas urgências de baixa imunidade e progressão da doença.

Porém nesse “sistema perfeito” começaram as imperfeições …
>Minha conta de água, luz e do supermercado triplicaram;

>Eu não podia mais ficar sem camiseta e shorts em minha própria casa, pois contratamos cuidadoras do sexo feminino;

>Começaram as brigas e desentendimento entre as cuidadoras, o que prejudicava diretamente no bem-estar da minha sogra;

>As faltas (por qualquer motivo) das cuidadoras eram as principais preocupações, pois elas avisavam que não iriam trabalhar em cima da hora (quando avisavam);

>Os impostos e tributos da CLT estavam onerando muito nosso orçamento familiar.

E muitos outros transtornos que você também deve saber o que eu passei.

Mas no meio disso tudo estava a minha sogra, com uma doença incurável, progressiva e que a medicina não podia fazer nada para curar. Nosso sentimento de culpa e sofrimento pelo laço afetivo, nos fez tomar a difícil decisão de procurar uma Casa de Repouso, pois percebemos que mesmo estando em nossa casa, a minha sogra estava abandonada, sem os cuidados específicos por profissionais específicos e além de tudo, nossa vida pessoal estava totalmente arrasada, para falar a verdade, não tínhamos mais vida pessoal e nem social. Porém sabíamos que minha sogra não tinha culpa de nada e queríamos o melhor para ela. 

Começamos nossa pesquisa e visitas as ILPIs (Instituição de Longa Permanência para Idosos), mas nada nos convenceu, pois já conhecíamos alguns princípios geriátricos vividos no Japão. Que aliás foi onde conheci o Clóvis Misawa, também sócio diretor da Casa Bonsai. E decidimos oferecer juntos com o Eduardo Ando, a melhor qualidade de vida para os idosos e de maneira correta…. e assim nasceu a Casa Bonsai Recanto do Idoso.

Ricardo Fujii